quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Doce Ilusão

Doce Ilusão

E a doce ilusão 
De não estarmos mais sozinhos
No controle das coisas,
Nos traz um fugaz conforto
De podermos fazer planos
Com um inefável selo
De para sempre!...

E o para sempre e ontem,
Ilusões criadas pelos homens
Para amenizar a responsabilidade
Do impassível agora
A demandar com a sua voracidade
Uma atitude frente à vida
Que passa sem pestanejar
Por todos nós sem piedade,

Ficam sendo medidas
Cujo valor dependerá sempre
Da coragem de querermos domar
As ondas do mar revolto
E ainda ficarmos surpresos
Por nunca conseguirmos!
Porém sem nunca deixar
De continuar tentando...

Luís Roder )

E A Culpa É de Quem?

E A Culpa É de Quem?

O ser humano sempre tem
Um responsável para suas escolhas,
Sejam elas iluminadas
Por uma força superior,
Onde o mérito é geralmente
Dividido com orgulho disfarçado
De uma duvidosa modéstia,

Ou o ônus de arcar 
Com as inevitáveis consequências
Em que a culpa pode ser
Facilmente posta na conta
Do ser mais requisitado da criação
Para amigavelmente aceitar
Uma escolha pessoal
E intransferível

De um ser dúbio
E com uma megalomania
De fazer inveja
A qualquer outra criatura
Dessa trágica comédia
Criada por ele próprio
Para dar sentido
À sua patética existência.

Luís Roder )

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Um Monte de Mentiras

Um Monte de Mentiras

Várias das muitas verdades,
Quase absolutas, cujos ecos
São ouvidos por tantos lugares,
Se edificaram fortemente
Em uma única mentira
Que foi contada e recontada
Por tantas vezes...
Em tantos lugares...
Por inúmeras pessoas
Tão diferentes...
Se metamorfoseando
Em uma incontestável certeza 
De origem obscura e duvidosa
Que ao questioná-la, 
Talvez um dia,
Ó heresia!,
Sejamos penalizados
Por estarmos do duvidoso lado
Da verdade disfarçada de mentira!

Luís Roder )