Apropriação
E depois de tanto caçar e procriar
Com uma boa reserva de alimento e pessoal
Foi que aquele ser insignificante
Se deu conta num determinado
momento
Que estava sozinho no comando de tudo
E por conta própria carregou pedras
Fez templos e criou deidades
Para aplacar aquela inexplicável angústia
E deixar a culpa nas costas da imaginação.
Mesmo gritando por alguém
Em uma caverna escura
Ouvindo o eco da própria voz
E tolamente fazendo de tudo
Para acreditar ter alguém lá
Como Narciso um dia encontrou,
Se encantou e sacrificou
Para seu indiferente Deus.
( Luís Roder )
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