terça-feira, 5 de outubro de 2021

A Vida É Curta

 A Vida É Curta 


Não importa por quanto ela se estenda
Todos sabemos o quanto ela é curta
E por mais que façamos
Durante esta vã tentativa
De dar sentido a isto ,

Tentando preencher este espaço finito
Com realizações fictícias,
Pois assim o são,
Por mais reais que pareçam,
Elas não poderão dar conta
De todas as possibilidades,

Em um incessante processo ,
Entre erros e acertos,
Cujas satisfações fugazes
Ficam vazias nas mentes insaciáveis

Empilhadas de acordo com a vontade voraz
De um grupo crescente de animais
A se julgarem diferentes dos demais
No seu contínuo procriar ,
Acumular e descartar.

Mas de nada adianta.
Uma hora ou outra, em um segundo,
Tudo se encerra num piscar
De olhos incrédulos
Que jamais se abrirão de novo.

( Luís Roder )

Sem Ponteiros

 Sem Ponteiros ...


Este agora que é um presente
De um futuro do passado
Que será um passado no futuro ,
Traz em um moto perpétuo ,
Das distorções entre um tempo
Em um espaço multidimensional ,
Uma percepção distorcida
De uma tênue noção de uma realidade,

A se contorcer de acordo com as mentes
E medirem tudo de acordo
Com percepções egocêntricas ,
Ora rápidas,
Que só a mente pode trazê-las
De um ponto de vista impreciso
Ora devagar,
A ponto de esticar um momento
Até que ele maqueie a sua real imagem...

Onde o aqui e agora
Já foram ...
Mas também ainda serão
Sem nunca terem deixado de ser
Apenas um só
Em um relógio sem ponteiros...

( Luís Roder )

Obsolescência Programada

 Obsolescência Programada 


É saber que antes de começar
Já há prazo para acabar.
É iniciar em contagem regressiva
Avançando em direção do fim.
Uma história a se consumir
Cuja epopeia fugaz não entretém.
É a vela a iluminar uma escuridão
Que sempre triunfa no final.
Deixando de existir
Sem sequer ter sido...

( Luís Roder )