Na Floresta Digital
No novo mundo digital,
Feito de ilusões e pixels,
Assim como a árvore
Que caiu na floresta
E ninguém viu...
Logo não caiu.
Se você não postou nos stories ...
Também nunca existiu.
( Luís Roder )
Na Floresta Digital
No novo mundo digital,
Feito de ilusões e pixels,
Assim como a árvore
Que caiu na floresta
E ninguém viu...
Logo não caiu.
Se você não postou nos stories ...
Também nunca existiu.
( Luís Roder )
Retrotopia
A Vida É Curta
Sem Ponteiros ...
Obsolescência Programada
Linearidade Oscilante
Uma mente conturbada
A oscilar intermitentemente
Em uma frequência constante,
De instante em instante,
Cujas alternâncias opostas
Denunciam um padrão racionalmente irracional,
Em que um pensamento pode vagar
Por meandros de um labirinto obtuso
Repletos de teorias conspiratórias
E megalomaníacas manias...
Dos ceus de uma euforia sufocante
Aos porões do descontrole
De uma frustração anterior
Carregada inutilmente nas costas cansadas
De quem não sabe
Quem na verdade é.
E a personagem construída
Neste extenuante processo
Não se reconhece mais
Nos seus próprios olhos
Refletidos tristemente
Em um espelho quebrado.
( Luís Roder )
Eco do Ego
E há aqueles
Sempre a pedirem
Opiniões inúteis
Cujas palavras
Soam inaudíveis
Aos surdos ouvidos
Daqueles que só têm
Um som ecoando,
Intensamente ,
Dentro de uma obsessiva cabeça...
Pois não adianta nada
Falar com quem
Só ouve a própria voz.
( Luís Roder )
Aphantasia
Você fecha os olhos
Se concentra profundamente ...
E as formas não se desenham
E tudo o que você precisa projetar
Fica refém da mente consciente
Que tanto engana seu piloto
A levá-la por aí interpretando tudo
Ao seu bel prazer de ver
Somente aquilo visível apenas
Aos implacáveis olhos externos
Cuja verdade pode ser enganada
Por imagens restritas à realidade
Onde as suas infinitas camadas subjetivas
São soterradas ao raso da percepção...
É a cegueira dos olhos da mente.
( Luís Roder )
Maternidade
Uma mãe é estrela
A carregar uma nova história
Dentro da sua própria galáxia
Cujos laços cortados
Depois do primeiro choro
De um Bing Bang pessoal
Ecoarão em comunhão
Por todo o Universo
Até que um dia
A poeira estelar
Se amalgame novamente ...
( Luís Roder )
Universalismo Natural
Estamos vivos dentro do Universo,
Como células dentro do corpo,
Cumprindo o seu ciclo natural
E abandonados à própria sorte...
Tentando desesperadamente
Dar sentido a este abandono .
Desejando , em vão, preencher
Um imenso vazio existencial,
Justamente por termos descoberto
Esta condição solitária nos ciclos,
Neste trágico eterno retorno,
A se repetirem incessantemente...
Onde não fomos a lugar nenhum ,
Procurando ansiosos por algo
Que nunca sequer se perdeu
Porque também nunca existiu.
( Luís Roder )
Quebrando A Bolha
Se você vive em uma bolha
De uma parcial realidade
Cuja o alcance só vai
Até onde seu limitado olhar
Conseguiu com dificuldade enxergar
Um obscuro plano horizonte ...
Então é preciso estudar com afinco
As suas delicadas estruturas
E com uma ousada curiosidade
Quebrar a confortável segurança
Daquele casulo de conformidades
E assentidas concordâncias ,
Onde queremos ouvir apenas
O nosso eco em outras vozes
Em que a dissonância assusta
Por trazer um novo e discordante som
Diferente de tudo o que já chegou
Aos nossos mimados ouvidos.
E, às vezes, é preciso desconstruir
Para surgir uma bolha ainda maior
A abrigar estas novas verdades,
Variáveis e transitórias,
Cuja inevitável acomodação
Criarão uma nova falsa sensação
De uma arrogante e inalcançável
Verdade absoluta e imutável
Em que a metamorfose final acontecerá
Onde bolhas sucessivas estouradas
Nas pontas dos dedos infantis de uma curiosa inocência
Deixarão de existir no céu de um jardim maior.
( Luís Roder )
Biofilia
Epifania
Um Verão Inesquecível
Ando à noite a esmo
Pelas ruas da cidade abafada.
Disparo as minhas frustrações
Em tudo aquilo que desejo
E no vazio por não tê-las
As destruo sem hesitar.
Mas os rastros deixados
Onde não devia ter estacionado
Levaram aos gritos de horror
Trocados por repetidos latidos
A ordenarem um comando
À uma mente descontrolada
Ansiosa por arrumar
Um culpado externo
Cujas débeis desculpas
Não convencem a ninguém
Mas trazem de modo tardio
Um melancólico reconhecimento.
( Luís Roder )
A Carne Está Acabando...
Nas profundezas da Web
Em um café digital
Um jantar é marcado
E dois passados se encontram
Em que um presente é ofertado
Onde somente um restará
Em uma história assustadora
A ser embalada e guardada
Não na memória
Daquele peculiar chef.
( Luís Roder )
Feitiço Final
Nas noites quentes do deserto
Os ingredientes sagrados
Eram recolhidos a esmo
Pelas ruas empoeiradas
E separados pelo facão
Para a poção de proteção
Daqueles cujo o terror
Só não era maior
Do que aquele xamã
Cuja magia residia
Em propinas aos inimigos
De uma proteção inexistente.
( Luís Roder )
Ah Velhinho...
Capricórnio Ascendente Em Touro
Atenção Histérica
Buscando Uma Saída
Até Que A Morte Os Reate